Kazuo Ishiguro - O Desconsolado


Título: O Desconsolado L1156
Autor: Kazuo Ishiguro
Editora: Rocco
Ano: 1995
Edição: 1
Número de páginas: 492


Este é o romance mais denso e maduro de Ishiguro. Escritor de extrema e meticulosa sensibilidade, seus leitores vão encontrar aqui os personagens deslocados de si mesmos, perdidos e aflitos, tão caros a Ishiguro em todos os seus livros. Desta vez, eles aparecem numa nova paisagem, completamente absurda e surrealista. A história começa quando um renomado pianista, Ryder, viaja para uma pequena cidade do leste europeu para um concerto e uma conferência. Lá se vê envolvido na briga local entre o violoncelista Christoff e o maestro bêbado Brodsky e em todos os lamentos de gente que não conhece mas que lhe parece íntima, como o carregador de malas e o gerente do hotel. Todos desabafam frustrações e sonhos com Ryder. A viagem de Ryder é labiríntica. Ele não tem agenda, perdeu ou nunca a teve, mas corre atrás de seus compromissos, todos absurdos e inalcançáveis. Vive a percorrer corretores, elevadores, lobbies, entra e sai de carros, numa atmosfera kafkiana, mas com o humor de Groucho Marx e Lewis Carroll. O pianista Ryder é na verdade uma metáfora. Fala do desconsolo daqueles que vivem superficialmente os tormentos alheios e não têm tempo ou não sabem ouvir os próprios desejos. Esta odisséia frustrada, embora divertida, fala de quem vive incomunicável consigo mesmo e com todos os que realmente ama.

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(...) Cada livro, cada volume que você vê, tem alma. A alma de quem o escreve, e a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém passa os olhos pelas suas páginas, seu espirito cresce e a pessoa se fortalece.

(A Sombra do Vento - Carlos Ruiz Zafón)