Karin Alvtegen

Título: A Procurada L955
Autor: Karin Alvtegen

Editora: Record
Ano: 2005
Edição:1
Número de páginas: 349

Sybilla Forsentröm não existe. Durante quinze anos ela foi excluída da sociedade. Sobrevivendo como sem-teto nas ruas de Estocolmo, com todos os seus pertences em uma mochila, essa mulher de 32 anos se comporta com naturalidade, veste-se bem e tem uma aparência bem cuidada. Conseguir comida para o dia e abrigo para a noite toma toda sua rotina, esforços e tempo. Mas isso não ajuda a esquecer o seu passado, nem as questões que a levaram à situação presente. Certa noite ela está no lugar errado, na hora errada. E ao aplicar um golpe em um executivo, no restaurante de um dos grandes hotéis da cidade, uma catástrofe acontece. Um assassinato brutal, com requintes de crueldade, termina com o corpo da vitima mutilado numa suíte. Todas as pistas apontam para Sybilla, uma pessoa que esteve transitando no submundo do sociedade, obrigada no anonimato da exclusão social, e que se torna a procurada número um do pais. Com este enredo, Karin Alvtegen constrói um surpreendente thriller: Além de mostrar as experiências de um sem-teto numa capital européia, traça um perfil de um indivíduo submetido a uma série de violações sociais ameaçando sua identidade e sua sobrevivência psicológica. A personagem traz em sua biografia a marca de ser uma ex-paciente psiquiátrica e ex-alcóolatra usando toda a sua energia para livrar-se da marginalidade. Seu desafio é escapar de uma caçada empreendida pelo mídia e pela polícia, e encontrar o assassino - uma verdadeira cruzada para um não-cidadão, estigmatizado como louco. Por meio desse personagem, A procurada focaliza a exclusão social em um dos países com um dos sistemas de assistência social mais avançados e democráticos do mundo e nos mostra o que é preciso fazer para ser colocada à margem do welfare state da Suécia. Em todos os lugares os sem-teto são uma espécie de desaparecidos, perdidos e raramente encontrados, mas também pessoas que se arrependem das perdas a que se condenaram ou foram condenados. Karin Alvtegen, a exemplo dos melhores autores de thrillers usa a violência da sua história para magnetizar o leitor com uma narrativa envolvente e também para desenterrar corpos e esqueletos da nossa mente, denunciando aspectos sombrios da sociedade.

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(...) Cada livro, cada volume que você vê, tem alma. A alma de quem o escreve, e a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém passa os olhos pelas suas páginas, seu espirito cresce e a pessoa se fortalece.

(A Sombra do Vento - Carlos Ruiz Zafón)