Amy Tan - Os Cem Sentidos Secretos


Título: Os Cem Sentidos Secretos L254
Autor:
Tan, Amy
Editora: Rocco
Ano: 1993
Edição: 1
Número de páginas: 400

A escritora Amy Tan ficou famosa por converter em ficção de sucesso uma das grandes questões humanas: a relação entre mãe e filha. Esta raiz de vivências afetivas, muitas vezes dolorosa e determinante da interação com o mundo, marca seu universo literário. Os problemas de Amy Tan com a própria mãe se tornaram conhecidos com o best-seller O clube da felicidade e da sorte. As vivências de quatro mães radicalmente chinesas com suas filhas radicalmente americanas, tratadas no primeiro livro são revisados em Os cem sentidos secretos. Amy Tan passeia pelo universo misterioso e fascinante da China em alto contraste com a cultura da eficiência americana. Assim como os choques culturais, a relação de Amy Tan e sua mãe volta a ser analisada através da história de Olívia, que tal como a autora, tem uma meia-irmã deixada na China por sua mãe, antes da emigração para os Estados Unidos. Esta meia-irmã chinesa inspirou Kwan, uma das principais personagens de Os cem sentidos secretos. Ela é a diferente, louca, débil e sábia meia-irmã da fotógrafa americana Olívia, que depois da morte do pai, vem subitamente morar nos Estados Unidos. A mãe passa a ignorá-la e a entrega aos cuidados de Olívia que, definitivamente, não a entende. Sequer falava inglês. Kwan irrita, envergonha e exaspera Olívia. Além de meia- irmã, Kwan assume então o papel de mãe de Olívia. Uma mãe chinesa, talvez muito parecida com a mãe de Amy Tan. Apesar do ódio incurável, Olívia corre para o colo de Kwan nos momentos mais difíceis. Afinal, só tem mesmo a meia-irmã. Olívia traz a marca dolorosa de quem não se sente amado ou não merece ser amado. Este é o fantasma que a persegue e persegue o seu casamento com Simon. Mas há outros fantasmas no livro. São as memórias chinesas, que povoam as fantasias riquíssimas de Kwan sobre um país remoto e sua cultura poderosa. Os cem sentidos secretos trata dessas emoções que razão alguma explicaria. Estão na busca quase épica de Olívia pelos afetos que lhe faltam e que ela não consegue encontrar em Simon, nem em Kwan. Olívia tem a marca da incapacidade de amar, herança materna ou talvez até de um passado remotíssimo. Isso se mostra agora em uma trama tecida com um conflito de paixões e culturas costurada com fantasias excêntricas, sábias, milenares, orientais.

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(...) Cada livro, cada volume que você vê, tem alma. A alma de quem o escreve, e a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém passa os olhos pelas suas páginas, seu espirito cresce e a pessoa se fortalece.

(A Sombra do Vento - Carlos Ruiz Zafón)