Eiji Yoshikawa (Musashi Vol I e II)


Título: Musashi - Vol I L438
Autor: Yoshikawa, Eiji
Editora: Estação Liberdade
Ano: 1999
Volume: 1
Edição: 11
Número de páginas: 921

Este romance épico baseado diretamente na história japonesa narra um período da vida do mais famoso samurai do Japão, que viveu presumivelmente entre 1584 e 1645. O início é antológico, com Musashi recuperando os sentidos em meio a pilhas de cadáveres do lado dos vencidos na famosa batalha de Sekigahara. Perambula a seguir em meio a um Japão em crise onde samurais condenados ao desemprego e à miséria por senhores feudais derrotados semeiam a vilania ditando a lei do mais forte. Musashi será mais um dentre estes inúmeros pequenos tiranos, derrotando impiedosamente quem encontra pela frente até que um monge armado apenas de sua malícia e alguns preceitos filosóficos zen-budistas consegue capturá-lo e pô-lo rudemente à prova. Musashi consegue fugir graças a uma jovem admiradora, para ser novamente capturado, e agora fica três anos confinado numa masmorra onde uma longa penitência toda feita de leituras e reflexões o fará ver um novo sentido para a vida assim como novos usos para sua força e habilidade descomunais. Os caminhos rumo à plenitude do ser jamais são fáceis, e em seus anos de peregrinação em busca da perfeição tanto espiritual quanto guerreira enfrentará os mais diversos adversários, tendo inclusive que sair-se várias vezes de situações desesperadoras. É numa dessas situações que, totalmente acuado, usará pela primeira vez, em meio ao calor da luta e quase inconscientemente de início, a surpreendente técnica das duas espadas, o estilo Niten ichi, que o tornaria famoso pelo resto dos tempos.
Eiji Yoshikawa dividiu sua obra em sete livros: A Terra, A Água, O Fogo, O Vento, O Céu, As Duas Forças e A Harmonia Final. Destes, os cinco primeiros são uma referência ao gorin, os cinco elementos básicos de que se compõe, segundo o Budismo, toda e qualquer matéria, ou ainda os ciclos por que passa o espírito humano para alcançar a perfeição, começando pela terra impura até atingir o estágio mais alto, o céu, ou segundo a concepção budista, a paz do nada, o nirvana.
Yoshikawa compõe portanto ao longo dessa longa obra uma magistral metáfora dos duros estágios por que tem de passar um guerreiro para alcançar a perfeição técnica que lhe permite lutar com uma espada em cada mão. De garoto selvagem e sanguinário, Musashi transforma-se aos poucos em guerreiro equilibrado, um espírito evoluído capaz de entender e amar tanto a esgrima quanto as artes, tornando-se assim o maior e mais sábio dos samurais.
Épico oriental à moda do ocidente
Lenda antológica
“Musashi” é uma obra sem similar na literatura ocidental, tirando talvez a Bíblia. Vendeu mais de 120 milhões de exemplares no Japão, recorde absoluto na literatura japonesa. Ganhou 15 versões televisivas e cinematográficas, e enraizou-se nos corações e mentes do povo japonês. Porém, boa parte desse sucesso não se deve aos méritos da obra do escritor e jornalista Eiji Yoshikawa, e sim do tema: Musashi (1584?-1645) foi o maior e mais famoso dos samurais japoneses. Sua vida, da qual pouco se sabe, entrou para o reino do mito e da lenda. Musashi virou herói nacional, a ponto de um dos maiores encouraçados japoneses da II Guerra levar o seu nome. Bem à moda oriental, Musashi foi um mestre tanto na arte de manejar espadas quanto na arte de viver. Aposentou-se depois de vencer todos os seus adversários e foi viver como asceta. Seu próprio livro sobre artes marciais, Gorin-no-sho (“Um Livro de Cinco Anéis”), tornou-se um clássico da filosofia e sabedoria japonesas, e hoje é usado como manual de estratégias para executivos. Não surpreende, portanto, o sucesso de “Musahi”, biografia romanceada publicada originalmente em folhetim num semanário japonês, entre 1935 e 1939. Surpreende, sim, que o livro tenha demorado tanto para chegar ao Brasil, um atraso que só nosso eurocentrismo exacerbado pode explicar. Por falar em eurocentrismo, não se deve esperar de “Musashi” uma obra “oriental”. Apesar do tema, o estilo e a estrutura da obra seguem a tradição do grande romance burguês do Ocidente, aquele de Balzac, Flaubert e companhia. – por Renato Domith Godinho

Título: Musashi - Vol II L439
Autor: Yoshikawa, Eiji
Editora: Estação Liberdade
Ano: 1999
Volume: 2
Edição: 8
Número de páginas: 873

Musashi, o grande romance épico japonês do século XX, com mais de 120 milhões de exemplares vendidos em suas diversas edições, além de inúmeras versões para cinema e televisão é a história de Miyamoto Musashi, na vida real o grande samurai do Japão da época dos xoguns. No Brasil, figura há 3 meses nas listas de livros mais vendidos de várias livrarias e publicações, já tendo atingido a marca de mais de 10.000 livros vendidos.
Neste segundo volume, após o violento e histórico duelo de Ichioji, Musashi procura abrigo num templo do monte Hiei para recuperar-se física e mentalmente de seus ferimentos. Depois, segue seu caminho de samurai peregrino na rota do aperfeiçoamento filosófico e guerreiro, e também se envolve em duelo particular com a natureza, ao tentar dominá-la, o que não consegue apesar de todo o seu empenho.
O jovem guerreiro incorporando força e agilidade ímpares torna-se também mais humano: desenvolve profunda amizade com um habilíssimo manejador do bastão que por muito pouco não o derrota, além de procurar formar um discípulo à sua imagem na pessoa de um garoto que passa a acompanhá-lo por longo trecho de sua missão. Para não falar da bela jovem que conquistou seu coração, amor que revela o lado sensível e frágil de Musashi, e que na verdade não logra dominar e fazer frutificar.
As imagens de Edo, a futura Tóquio, em frenético desenvolvimento, cujo palpitante submundo deixa antever a metrópole que mais tarde virá a ser, constituem a incursão urbana desta obra predominantemente bucólica e com forte presença de um feudalismo em sofrida modernização.
Toda a trama, no entanto, com suas múltiplas reviravoltas, está inscrita na lógica do esperado e inevitável duelo da ilha de Funashima com Sasaki Kojiro, o outro grande espadachim da época e rival de Musashi em habilidade, tenacidade e sabedoria guerreira. Para o eventual vencedor, não será apenas necessária a melhor técnica, mas também a maior nobreza de espírito.
Eiji Yoshikawa dividiu sua obra em sete livros: A Terra, A Água, O Fogo, O Vento, O Céu, As Duas Forças e A Harmonia Final. Destes, os cinco primeiros são uma referência ao gorin, os cinco elementos básicos de que se compõe, segundo o Budismo, toda e qualquer matéria, ou ainda os ciclos por que passa o espírito humano para alcançar a perfeição, começando pela terra impura até atingir o estágio mais alto, o céu, ou segundo a concepção budista, a paz do nada, o nirvana.

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(...) Cada livro, cada volume que você vê, tem alma. A alma de quem o escreve, e a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém passa os olhos pelas suas páginas, seu espirito cresce e a pessoa se fortalece.

(A Sombra do Vento - Carlos Ruiz Zafón)